UNIDADE-
06
Vícios
de linguagem
Vícios de linguagem
representam os desvios cometidos pelos usuários da língua, às vezes por
desconhecimento das normas ou por descuido.
Ao discutirmos acerca
dos desvios linguísticos, devemos analisar alguns pontos que sobressaem
nessa questão. Como seres eminentemente sociais, estamos inseridos a todo o
momento nas diversas circunstâncias comunicativas, as quais nos conduzem a agir
de formas diferentes, sobretudo no que tange ao nosso linguajar, por exemplo,
quando participamos de uma conversa informal entre os amigos, de uma entrevista
de emprego, de concursos e exames avaliativos...
Tal fato nos remete
tão somente à ideia de adequação. Pensando no nosso vestuário, cujo traje se
adequa aos diferentes momentos do nosso cotidiano, o mesmo ocorre com nosso
posicionamento enquanto interlocutores. Essa realidade se ajusta ao avanço dos
estudos linguísticos, sobretudo da Sociolinguística, que prefere trabalhar não
mais com a noção de erro, mas com a ideia referente a desvios em relação a uma
variante – a chamada norma padrão. Esses desvios, quando desprovidos de certa
intencionalidade, configuram a falta de domínio por parte do emissor ou muitas
vezes em razão de um simples descuido. Mas, afinal, quando são intencionais o
que ocorre?
Tomamos, pois, como
exemplos, duas ocorrências: uma relativa à música e outra relativa a uma
criação poética, ambas expressas as seguir:
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Oswald de Andrade
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Oswald de Andrade
Inútil
A gente não sabemos
Escolher presidente
A gente não sabemos
Tomar conta da gente
A gente não sabemos
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente...
[...]
Ultraje a rigor
Escolher presidente
A gente não sabemos
Tomar conta da gente
A gente não sabemos
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente...
[...]
Ultraje a rigor
Constatamos dois
evidentes desvios, um no que tange à concordância verbal (letra musical) e
outro no que se refere ao uso do pronome oblíquo, demarcado no início do
período (poema). Diante disso, resta-nos compreender que se trata da licença
poética, concedida à classe artística de uma forma geral, no sentido de
embelezar, conferir um caráter enfático à mensagem, bem como revelar
pensamentos e posturas ideológicas por parte do autor.
Pois bem, munidos
dessas percepções, por vezes salutares, passaremos a conhecer a partir de agora
alguns casos que ilustram ocorrências tidas como desvios:
01-
Barbarismo: desvio da norma quanto à:
- grafia: proesa em vez de proeza;
- pronúncia: incrustrar em vez de incrustar;
- morfologia: cidadões em vez de cidadãos;
- semântica: Ele comprimentou o tio (em vez de cumprimentou).
- todas as formas de estrangeirismo são consideradas, por diversos autores, barbarismo.
Ex: weekend em vez de fim de semana.
02- Arcaísmo: emprego de palavras ou estruturas antigas que deixaram de ser usadas.
Ex: Vossa Mercê em vez de você.
03- Neologismo: emprego de novas palavras que não foram incorporadas pelo idioma.
Ex: Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
04- Solecismo: erros de sintaxe contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.
- concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram).
- regência: Hoje assistiremos o filme (em vez de ao filme).
- colocação: Me empresta o carro? (em vez de empresta-me)
05- Ambiguidade: ocorre quando uma frase causa duplo sentido de interpretação.
Ex: O ladrão matou o policial dentro de sua casa. (na casa do ladrão ou do policial?).
06- Cacófato: refere-se ao mau som que resulta na união de duas ou mais palavras no interior da frase.
Ex: Nunca gasta com o que não é necessário.
07- Eco: ocorrência de terminações iguais.
Ex: Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.
08- Pleonasmo: redundância desnecessária de informação.
Ex: Está na hora de entrar pra dentro.
- grafia: proesa em vez de proeza;
- pronúncia: incrustrar em vez de incrustar;
- morfologia: cidadões em vez de cidadãos;
- semântica: Ele comprimentou o tio (em vez de cumprimentou).
- todas as formas de estrangeirismo são consideradas, por diversos autores, barbarismo.
Ex: weekend em vez de fim de semana.
02- Arcaísmo: emprego de palavras ou estruturas antigas que deixaram de ser usadas.
Ex: Vossa Mercê em vez de você.
03- Neologismo: emprego de novas palavras que não foram incorporadas pelo idioma.
Ex: Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
04- Solecismo: erros de sintaxe contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.
- concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram).
- regência: Hoje assistiremos o filme (em vez de ao filme).
- colocação: Me empresta o carro? (em vez de empresta-me)
05- Ambiguidade: ocorre quando uma frase causa duplo sentido de interpretação.
Ex: O ladrão matou o policial dentro de sua casa. (na casa do ladrão ou do policial?).
06- Cacófato: refere-se ao mau som que resulta na união de duas ou mais palavras no interior da frase.
Ex: Nunca gasta com o que não é necessário.
07- Eco: ocorrência de terminações iguais.
Ex: Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.
08- Pleonasmo: redundância desnecessária de informação.
Ex: Está na hora de entrar pra dentro.